quarta-feira, agosto 23, 2006

Para sindicato, mídia "blinda" o governador

A falta de um debate amplo nos meios de comunicação sobre os acertos e erros da administração Aécio Neves foi reclamação comum de vários entrevistados pela Folha, em Belo Horizonte, que pediram para não ter seus nomes citados.

A alegação de que o governo do Estado atua para cercear a liberdade de imprensa foi tema de campanha do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, em 2004. O afastamento de jornalistas por suposta interferência do Palácio da Liberdade virou tema de um trabalho acadêmico defendido em banca na universidade.

"A imprensa mineira é totalmente favorável ao governador Aécio Neves. Nunca li ou ouvi nenhuma crítica, nenhuma matéria investigativa, nenhuma denúncia na área da saúde, fazenda, arrecadação ou educação", diz o presidente do sindicato mineiro dos jornalistas, Aloísio Lopes. "O governador está blindado na mídia. Ninguém fala mal. Tenho recebido de repórteres a informação de que há orientação para não se questionar o governo."

O jornalista Josemar Gimenez, diretor de redação de "O Estado de Minas", contesta: "Não existe nenhum esquema de blindagem com relação ao governo Aécio Neves. O jornal não tem o menor compromisso com este ou aquele governo. Tem ganho prêmios importantes na linha de investigação, trabalha com isenção. Isso [a alegação de blindagem] faz parte do jogo político", afirma Gimenez.

Em 2004, o sindicato pediu ao Ministério Público Federal a apuração de suposta interferência do governo estadual em veículos de comunicação, atribuindo o afastamento de alguns jornalistas a pedido da jornalista Andrea Neves, irmã do governador e então coordenadora do Grupo Técnico de Comunicação do Governo.

O jornal "Pauta", do sindicato, divulgou em 2004 desmentido da jornalista Andrea Neves: "O governo de Minas jamais pediu a cabeça de qualquer jornalista e nunca interferiu na linha editorial dos veículos de comunicação social do Estado".

Em entrevista ao sindicato, ela confirmou haver feito reclamação à direção da TV Globo, no Rio, pelo não-cumprimento de acordo para que o governador participasse de uma entrevista, sem perguntas pré-gravadas. Durante o programa, foram feitas perguntas gravadas com deputados da oposição e lideranças dos servidores públicos. O jornalista responsável pelo programa foi transferido de Minas Gerais, mas, segundo ela disse ao sindicato, foi decisão interna da empresa.

Esse episódio e as demissões de outros jornalistas, atribuídas a críticas que fizeram ao governo Aécio, foram tema do vídeo documentário "Liberdade, essa palavra", projeto final do curso de jornalismo da UFMG defendido por Marcelo Baêta e apresentado em junho no Fórum Mineiro de Professores de Jornalismo.

(Fonte: Folha de São Paulo, ainda na mesma matéria restrita para assinantes)

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Clarice! Estou aki novamente pois adorei saber que existem pessoas como vc q nos dá coragem para continuar a rebater as mentiras que o blindado neves planta por aí com a ajuda dessa mídia podre e comprada do nosso Estado. Sou fun. público da área de seg. e sinto na pele o arrocho salarial imposto por esse governo, mas sobre tudo não consigo aceitar o fato de sermos privados das verdades escondidas sobre o desgoverno desse moço, sobre tudo na área social/saúde a despeito de levar a cabo o mentiroso e cretino "défcit zero". O que tem de zero nesse governo somos nós , um zero à esquerda! Abraços

Elmar
Contagem-MG

Anônimo disse...

Senhor (a)

Meu pai tem um sitio localizado no sul de Minas Gerais, mais especificamente no município de uma pequena cidade chamada Liberdade. A questão é que muito estamos tentando nos inscrever no programa luz para todos mas o prefeito desta cidade não disponibiliza o programa, gostaria de obter maiores informações de como conseguir, este beneficio.
Que órgão devo procurar, o que é preciso fazer, algo que me esclareça e me coloque ciente deste direito.

Atenciosamente,

Cleberson Aquino