segunda-feira, outubro 22, 2007

Agências de Marcos Valério também reinaram no governo Aécio

Perdidinha, tímida e escondinha, esta nota na Folha deste domingo

Valério dominou as licitações do 1° governo Aécio
Entre 2004 e 2005, os pagamentos do governo mineiro às empresas de Marcos Valério SMPB Comunicação e DNA Propaganda somaram R$ 30,3 e R$ 8 milhões, respectivamente. Das 14 maiores campanhas publicitárias do governo em 2004, que totalizaram de R$ 21,8 milhões, SMPB e DNA ficaram com R$ 10,6 milhões (49%).


Repararam nos anos: 2004 e 2005? Como se vê, só parou porque o escândalo do chamado "mensalão do PT" estourou em 2005.

Que tal uma investigada nesses dois anos? Quem sabe o valerioduto tucano, que começou no governo Azeredo, não continuou no governo Aécio? Afinal, essa era a especialidade de Marcos Valério.

(do Blog do Mello)

Enquanto isso, no mundo de Caras, o que continua convenientemente dando assunto é o namorico do governador com a miss. Apesar do desmentido público da própria moça sobre o "relacionamento", segundo essa notinha aqui, Aécio teria dito que ia "transformar a segunda mulher mais bonita do mundo na primeira-dama do país". Isso é que é cortina de fumaça, o resto é retalho!

sexta-feira, outubro 19, 2007

Exercício de cidadania

Recebi o e-mail abaixo do leitor Aluimar Resende:

"Prezada Clarice,

muito pertinentes as matérias publicadas em seu blog sobre o governador Aécio Neves. Pena que pouca gente se interessa por questionar o que o "novo" Collor de Mello está fazendo administrativa e economicamente com nosso estado. Dizem existir um gênio por trás dele, e eu acredito nisto, pois só com um gênio mesmo de lâmpada e tudo para conseguir remendar o rombo que este governo está fazendo nas finanças do estado em prol de sua candidatura a presidência, que é garantida seja pelo tucanato ou outro partido qualquer que o valha. As despesas com marketing e obras de vulto nacional não param, aliás, só no que tange ao marketing, pois as obras...

Sou um usuário diário da principal via que compõe a "LINHA VERDE", a Avenida Cristiano Machado, e o que todos podemos ver pelo menos nos últimos seis meses é uma tremenda enganação de vários postos de trabalho e todos com pouquíssimos trabalhadores e chance nenhuma de conclusão de nada, a não ser o trecho que compreende do centro, Av dos Andradas até a saída do túnel, e na chegada ao Aeroporto Tancredo "Neves", aonde provavelmente se anda de vidros abertos com visitantes. Engarrafamentos diários, desvios de faixas e mãos de trânsito provocando confusão e acidentes com motoristas e pedestres. Chego a brincar falando com amigos que têm sempre dois operários trabalhando: um tira uma pá de terra e joga para a esquerda e o outro tira esta mesma pá e devolve para a direita. É impressionante como o ritmo das obras caiu após a eleição. Qualquer usuário como eu que prestar um pouco a atenção, verá que existem trechos que o concreto já está ficando com um aspecto de velho antes da obra ser concluída e que muito provavelmente o que seria a solução para o trânsito da região norte da cidade, ao ficar pronta já estará completamente obsoleta e provavelmente não resolverá problema algum a não ser o da eleição presidencial...

Quero deixar claro que não considero de maneira alguma este conjunto de obras mais importante que as de qualquer outra cidade do estado, ou ainda pior que seja mais importante que um bom planejamento para resolver problemas seríssimos de saúde e educação. Quero apenas reforçar que a base do governo Aécio é fazer inauguração de obras e deixar o marketing cuidar do resto, pois até agora só ouvimos blá, blá, blá!!!

Um grande abraço

Aluimar Resende Francisco

PS: se houverem outros canais para relatar estes fatos por favor me indique pois estou indignado com a apologia falsa e surreal que se faz do governo de Minas.
A comparação que faço com o nosso ex-presidente não se refere à roubalheiras e conchavismo, ma somente à utilização do marketing como principal instrumento de governo."


Antes de mais nada, agradeço ao Aluimar não só a mensagem, mas a autorização para publicá-la aqui.

Respondi que é muito estimulante receber emails desse tipo, afinal, por razões óbvias, a gente SABE que existem coisas erradas acontecendo, mas o mundo da grande mídia é um mundo maravilhoso de fantasia, e essas pequenas coisas, esses pequenos relatos de cidadãos comuns é que reforçam a necessidade de se manter sempre um olhar crítico e atento, além de um pé (ou os dois) atrás quando lemos sobre as inúmeras e inquestionáveis virtudes do nosso governador inatacável.

Sugeri ao Aluimar que visitasse os links ao lado, podem ser úteis. Mas ao escrever pra ele tive a idéia de uma experiência que pode ser interessante! Sugeri que ele escrevesse seu relato, como cidadão comum, aos grandes jornais de Minas, afinal, todos os dias vemos reclamações desse tipo sobre a Prefeitura. Claro que se a carta fosse publicada seria uma enorme (e boa) surpresa, eu duvido que seja. Mas o que será que aconteceria se, diariamente, diversos cidadãos começassem a enviar seus relatos, suas histórias, denúncias e reclamações sobre o governo estadual? Até quando os jornais os ignorariam? Que estratégias usariam para inverter os sentidos?

Enquanto buscava os contatos dos jornais para envio de cartas dos leitores, acabei achando o tradicional Alô!Alô!, do finado DT, agora no tablóide Aqui. Curiosamente, a reclamação do dia (ontem) era sobre a linha verde. O cidadão reclama, reclama, reclama e no fim põe a culpa em quem? Na BHTrans! Na Prefeitura! Impressionante, ainda que não surpreendente.

Enfim, se alguém quiser se dispor a fazer o teste, copio abaixo os contatos dos jornais. Muitas vezes nos sentimos impotentes diante de problemas que parecem bem acima da nossa capacidade, mas se cada um fizer o pouco que está ao seu alcance, tudo fica mais fácil para todos. Se tudo que está ao seu alcance fazer é reclamar, reclame! Mas reclame pra muita gente... ;-)

Estado de Minas: opiniao.em@uai.com.br

Aqui: povo.aqui@uai.com.br
(se preferir ligar pro Alô!Alô!, o telefone é 31 3263-5372)

Hoje em Dia: opiniao@hojeemdia.com.br

O Tempo e o SuperNotícias são tão espertos que publicam as cartas de leitores nos seus sites mas não informam para onde os leitores devem enviá-las. Entrei em "fale conosco" e na falta de uma sessão "cartas dos leitores", anotei os seguintes e-mails, válidos para ambos os jornais:
Redação: luciacastro@otempo.com.br
Redação internet: emtempo@otempo.com.br

domingo, outubro 07, 2007

Enquanto isso, no mundo de Caras...

Miss Brasil e Aécio Neves estão juntos


Nas rodinhas da alta sociedade de Belo Horizonte não se fala em outra coisa: a Miss Brasil Natália Guimarães está namorando o governador de Minas Gerais, Aécio Neves. O comentário é que o político foi o grande motivador do fim do noivado de quatro anos da Miss com o empresário Cristian Wagner. E ela, por sua vez, provocou uma segunda crise — e separação — no casamento do governador com Andréa Falcão.

Aécio foi apresentado a Natália no concurso Miss Minas Gerais, mas eles se conheceram melhor só depois do Miss Universo, numa festa de amigos em comum. Recentemente, ele veio ao Rio para encontrá-la, já que a modelo estava ocupada com os ensaios de "Dança no gelo".

Procurado pela coluna, o ex disse que não sabia de nada nem sequer se o número de celular de Natália continuava o mesmo. “Para falar a verdade, não me interessa mais”, disse, chateado.

Vale lembrar que Natália elogiou Aécio no Miss Brasil.

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Esse é o nosso governador! :/

terça-feira, outubro 02, 2007

Em tom ríspido, Aécio diz que não tem relação com valerioduto mineiro

(Por Henrique Gomes Batista, do jornal O Globo)

BRASÍLIA - O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), costuma dizer que sempre é bem-humorado, mas não foi o que transpareceu ao ser questionado por jornalistas se teme que o relatório que investiga o valerioduto em Minas Gerais respingue em sua carreira:

- Olha. Eu sou a pessoa menos adequada para falar desse assunto, até porque desconheço, não tem qualquer relação comigo. Não tenho a falar com isso, você vai encontrar outras pessoas mais qualificadas para falar sobre isso, querida. Eu fui governador em 2002 e 2006 e por estas campanhas eu respondo - disse, em tom ríspido.

O principal alvo tucano da denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre o mensalão mineiro, deverá ser o senador Eduardo Azeredo (MG). O partido, entretanto, já decidiu lavar as mãos em relação à sua defesa. Na semana passada, o comando do partido teve uma conversa definitiva com o ex-governador mineiro. O presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), o líder da bancada no Senado, Arhur Virgílio (AM), e o senador Sérgio Guerra (PE) fizeram uma análise criteriosa da da situação. De forma reservada, a cúpula tucana já tem uma posição de que Azeredo deve fazer sua defesa solitária, sem envolver o PSDB.

A constatação no ninho tucano é de que o partido já se desgastou muito em 2005 quando, para proteger o governador Aécio Neves e o próprio Azeredo, que ocupava então o cargo de presidente do PSDB, resolveu amenizar o tom das críticas ao escândalo do mensalão.

Os tucanos temem ser acusados de um acordão com o Planalto, porque o ministro das Relações Institucionais e articulador político do Palácio, Walfrido dos Mares Guia, faz parte do mesmo esquema já conhecido como valerioduto mineiro.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Andréa Neves ascende como guardiã da imagem do irmão

(César Felício e Ivana Moreira, para o jornal Valor Econômico de hoje, 01/10)

Uma menção aparentemente gratuita da Polícia Federal no inquérito sobre o mensalão mineiro jogou luz sobre uma das peças-chave do governo de Aécio Neves (PSDB). A referência traz à superfície a discreta jornalista e historiadora Andréa Neves da Cunha, 48 anos, irmã mais velha de Aécio, oficialmente chefe do serviço de assistência social do Estado e comandante de fato da área de comunicação da administração. Conhecido por delegar funções, Aécio assenta seu governo em um tripé: a parte administrativa está sob o comando do vice-governador Antonio Junho Anastasia, a costura política local fica a cargo do secretário de Governo, Danilo de Castro. Imagem e estratégia estão com a irmã.

Na página 86 do inquérito, trata-se de Lidia Maria Alonso Lima, a beneficiária de um saque de R$15 mil de uma das contas controladas pelo publicitário Marcos Valério de Souza. Como várias outras pessoas da lista, Lidia Maria disse à Polícia que recebeu os recursos a pedido de um candidato, no caso o pemedebista, já falecido, Eduardo Brandão. Em seguida, o relatório detalha: "Lídia Maria na época deste recebimento trabalhava na empresa Comercial Factoring Ltda, de propriedade de Andréa Neves da Cunha. Em outro depoimento, Lidia Maria relata ter feito parte dos quadros societários da empresa Taking Care, juntamente com Andréa Neves".

A menção a Andréa ocorre no momento em que a jornalista comanda a operação para minimizar os danos do noticiário do mensalão sobre seu irmão. Partiu da jornalista, isolada em seu gabinete no Serviço de Assistência do Estado (Servas) e em permanente contato com assessores do governo, a estratégia de aguardar uma semana de repercussão para que Aécio se pronunciasse publicamente.

Hábil em operações de blindagem e preservação de imagem, Andréa Neves só conversa sobre si com jornalistas amigos. Sua única atuação como profissional de imprensa foram algumas reportagens feitas para a revista "Pais e Filhos", nos anos 80. Ao vir para o primeiro plano, atribuiu à sua equipe a tarefa de detalhar sua situação empresarial. Assessores do governo mineiro esclarecem que Andréa foi dona da empresa de factoring entre 1993 a 1999, até a morte do marido e sócio Herval Braz, depois de um ano de luta contra o câncer. Tinha 50% do capital. Em 1996, montou com Herval, também jornalista e editor-chefe do jornal "Hoje em Dia", o segundo mais lido de Belo Horizonte, uma empresa de aluguel de carrinhos de bebê em shopping centers, com o nome em inglês. Ao ficar viúva, fechou a empresa de fomento mercantil e substituiu Herval pelo próprio Aécio, então deputado federal, como sócio da Taking Care.

Eleito governador em 2002, quatro anos depois do depósito de Marcos Valério para a funcionária de Andréia, Aécio saiu da sociedade e foi substituído, durante três anos, por Lidia Alonso. A Taking Care não é a única empresa da jornalista, cuja ascendência sobre o irmão é alvo de uma vasta mitologia em Minas Gerais. Andréa também está à frente da NC (Neves da Cunha) Participações, empresa que gere investimentos em comum dos irmãos (além do governador, há a irmã caçula, Ângela, dona de casa) e principal item patrimonial de Aécio em sua declaração de bens de 2006, quando o governador afirmou possuir cotas de capital no valor de R$193,4 mil.

Segundo a jornalista informou por meio da assessoria de imprensa do governo, a NC fora concebida para a administração de imóveis, mas hoje tem como única fonte de renda o aluguel de uma sala comercial na Avenida do Contorno, em Belo Horizonte. Andréa ainda é a responsável por duas emissoras de rádio FM, em Betim e São João del Rey, concessões dadas à família durante o governo Sarney.

Na campanha de 2006, em que Andréa atuou como uma das coordenadoras da reeleição do irmão, ela já havia sido o principal alvo da oposição. E como costuma acontecer na luta política do Estado, de forma indireta: seu nome constou como uma das operadoras no Estado do suposto caixa 2 descrito pela "Lista de Furnas", um documento cuja autenticidade está comprovada pela Polícia Federal, mas cujo conteúdo foi declarado falso pela CPI dos Correios. A lista foi colocada na Internet por militantes do PT mineiro. Andréa também ganhou ares de rainha cortadora de cabeças: circulou na Internet um vídeo onde seis jornalistas a responsabilizam diretamente pelas suas demissões, por terem feito reportagens que teriam desagradado o Palácio da Liberdade. A campanha de Aécio posteriormente conseguiu que dois dos jornalistas desmentissem a versão.

Adversários do PSDB e aliados são quase unânimes em afirmar - sempre sob reserva - que Andréa não cuida da captação de recursos e pagamento de fornecedores nas campanhas que se envolveu - todas as disputadas pelo irmão, desde a fracassada tentativa de se eleger prefeito de Belo Horizonte em 1992. Apesar da negativa do governo do Estado sobre a blindagem do governador, na primeira semana de repercussão do chamado "mensalão mineiro", o tema foi ignorado pelos jornais de Belo Horizonte.

O gerente de uma emissora de televisão relata casos em que funcionários da secretaria de Comunicação teriam obrigado repórteres a refazerem entrevistas, porque não gostaram das perguntas feitas a autoridades estaduais. Jamais partiu de Andréa, contudo, a iniciativa de ligar para uma chefia de redação. As reclamações partem de seus comandados, que negam, peremptoriamente, terem algum dia exigido a cabeça de qualquer jornalista.

Chefe do serviço de assistência social do Estado, Andréa é comandante de fato da área de comunicação.

Oficialmente, Andréa coordena o "Grupo Técnico de Comunicação", uma equipe de pelo menos doze profissionais de mídia empregados na estrutura do Estado que determina as ações de marketing. Um integrante deste grupo relatou a um amigo a cena de uma reunião. Segundo o relato, discutia-se a presença ou não do governador em um evento público que também contaria com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aécio havia decidido não comparecer.

Depois de ouvir o colegiado, Andréia teria ligado para o irmão e dito que Aécio deveria ir. O governador ainda teria resistido, ela argumentou que, em situação semelhante, outros governadores oposicionistas como José Serra iriam. Aécio acabou comparecendo. A cena não é confirmada pela assessoria de Andréa.

Este não é o único ambiente em que Andréa discute estratégia de comunicação. A jornalista também participa de encontros eventuais de Aécio com estrategistas de marketing político e diretores de institutos de pesquisa. No primeiro mandato do governador, fazia parte de um grupo ouvido por Aécio sobre a orientação política de seu governo.

Nenhum aliado ou adversário de Aécio confirma a corriqueira versão de que Andréa seria plenipotenciária no governo, mas todos convergem na construção da mesma imagem: a irmã mais velha comporta-se de modo maternal com o governador. De longe, seria a pessoa com maior ascendência sobre Aécio Neves. Ela detesta esta versão. Por meio da assessoria de imprensa do governo, lembrou que Aécio foi eleito presidente da Câmara em 2001 e quatro vezes feito líder da bancada tucana, sem que a irmã tenha sequer se aproximado de Brasília.

A relação entre Andréa e Aécio - eles nasceram, respectivamente, em 1958 e 1960 - estreitou-se em decorrência de uma dificuldade encontrada na infância: a separação dos pais, o então deputado Aécio Cunha e Inês Maria Neves, filha do presidente Tancredo Neves, falecido em 1985. O caminho dos dois se bifurcou após a adolescência.

Andréa foi estudar história e jornalismo na PUC do Rio, participou da fundação do PT fluminense e começou a transitar nos círculos esquerdistas da zona sul carioca. Tornou-se notícia pela primeira vez ao testemunhar a explosão do Puma ocupado por um sargento e um capitão do Exército no estacionamento do Riocentro, em 1981, provavelmente uma mal-sucedida operação terrorista para sabotar a abertura política. Aécio foi para Belo Horizonte estudar economia na PUC mineira e assessorar o avô.

A convergência voltou a ocorrer em 1984. Depois da derrota da emenda das eleições diretas no Congresso, Andréa tornou-se a coordenadora no Rio da campanha que visava manter a mobilização popular em torno da eleição indireta para presidente. O grupo conseguiu atrair diversas personalidades da época: do travesti Roberta Close à atriz Cristiane Torloni, do grupo de rock Ultraje a Rigor a jogadores de futebol e ao escritor Ziraldo. Estava com Andréa um grupo que posteriormente se tornou heterogêneo: continha desde futuros tucanos como o atual deputado e ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB), ou o futuro parlamentar Milton Temer, hoje ex-deputado e integrante do P-Sol. Aécio tornou-se secretário particular do avô e herdeiro político designado.

Após a morte de Tancredo e o casamento mal sucedido de Aécio, Andréa passou um ano em Nova York e, ao voltar, começou a ter papel ascendente em sua família: organizou o Memorial Tancredo Neves em São João del Rey, a pedido da avó Risoleta. Só voltou a Belo Horizonte em 1991, quando tornou-se secretária-adjunta de Cultura no governo Hélio Garcia.

O perfil radical de Andréa nos anos 80 se esfumaçou. A jornalista tem uma filha, Maria Clara, de seu primeiro marido, já falecido. Hoje está casada com o empresário Luiz Márcio Pereira, diretor do Sebrae mineiro e filho do ex-governador Francelino Pereira e comanda de forma original a assistência social em Minas. Destaca-se na filantropia estadual o alto grau de parcerias com grandes empresas e entidades patronais. A lista é extensa: empreiteiras como Camter, Barbosa Mello, Egesa, Fidens e Libe, bancos como o Itaú, multinacionais como a Nestlé e o McDonald"s, empresas do setor siderúrgico-minerador como CBMM, Mannesmann e Usiminas são apenas algumas. Na outra ponta, os recursos são distribuídos para entidades em todo o Estado.

Procurada por este jornal por dez dias, Andréa informou, via sua assessoria, que não concederia entrevista sobre questões pessoais.