quarta-feira, junho 03, 2009

discussão sobre o governo aécio no blog do nassif

o luis nassif publicou em seu blog a seguinte mensagem, enviada pelo leitor sérgio ferreira:

Nassif

não sou favorável ao Aécio, muito ao contrário

vou ser repetitivo,mas como residente em Minas Gerais, sugiro uma discussão aprofundada sobre o que é a propalada capacidade administrativa de Aécio
o Serra está na mira, o Aécio é poupado

agora mesmo o Estado está em dificuldades em honrar a folha de pagamento, o tal choque de gestão é fictício

informe-se sobre o processo de reconhecimento da “escolaridade” para os “planos de carreira” dos funcionários

o centro administrativo, obra horrorosa e inútil, extrapolou em muito os custos previstos (havia a possibilidade e valorização do centro, onde há prédios disponíveis e essa é a tendência mundial)

a linha "verde" ampliou os engarrafamentos e privilegiou a ultrapassada visão pró-automóvel e não “induziu” nenhum desenvolvimento para a região do aeroporto

você tem sido um crítico do comportamento da imprensa: com certeza sabe do que acontece em minas

chamar o Aécio de conciliador é uma brincadeira

mas não quero ser um crítico pela crítica, gostaria de enxergar os aspetos positivos, mas que não se baseasse nas declarações oficiais

gostaria desse debate


recomendo que visitem o post original porque a discussão nos comentários está pegando fogo, com muita gente dando seus dois centavos sobre os podres do homem!

é por essas e outras que, se deus quiser e o azeredo deixar, eu ainda acredito que a força da internet será fundamental para impedir os planos do governador surfistinha em alçar vôos mais altos!

terça-feira, junho 02, 2009

Minas Gerais é a mais nova aquisição do Google

(reprodução do texto do Túlio Vianna, que explicou bem melhor do que eu seria capaz o caroço que eu tava vendo debaixo daquele angu)

O governo de Minas Gerais fechou uma parceria com o Google para doutrinar estudantes da rede pública do estado no uso de softwares proprietários.

O trato é simples: o Google entra com softwares que já estão disponíveis gratuitamente na Internet para qualquer interessado e o governo de Minas mantém os estudantes da rede pública longe de softwares livres, doutrinando nossos jovens desde cedo para o uso de softwares proprietários.

O que o Google ganha com a parceria: milhares de consumidores de seus serviços, com significativa ampliação de mercado.

O que Minas Gerais ganha com a parceria: NADA, pois os softwares já se encontram disponíveis gratuitamente na Internet.

O que Minas Gerais PERDE com a parceria:

1. Os softwares do Google são gratuitos, mas não são LIVRES. Se amanhã, eles resolverem “vender” o serviço (ou o software) nossos estudantes já terão se acostumado a usá-los e se sentirão pouco estimulados a migrar para uma plataforma livre;

2. Os softwares do Google, em tese, podem armazenar DADOS PESSOAIS dos usuários e remetê-los para a matriz nos EUA. Informações pessoais de milhares de estudantes (consumidores) mineiros serão enviadas todos os dias para o exterior para serem usadas como bem entender pela multinacional.

As vantagens do SOFTWARE LIVRE que a parceria do governo de Minas com o Google põe de lado:

1. Software livre será sempre gratuito, pois sua licença impede qualquer tipo de restrição à distribuição gratuita no futuro.

2. Software livre é aberto e permite aos programadores verificarem se ele faz tão-somente o que se propõe a fazer. Nada garante que um email apagado no Gmail seja de fato apagado no servidor. Ele pode ficar armazenado por lá para avaliar estatisticamente as preferências de consumo de seus usuários.

Só espero que a "parceria" não se estenda ao uso dos softwares do Google em órgãos da administração estadual, pois aí teríamos ainda um problema de segurança de estado, já que todas as informações eletrônicas do governo de Minas Gerais (desde emails enviados e recebidos até documentos escritos nos softwares do Google) estariam potencialmente acessíveis à empresa estadunidense.

Como já nos alertava Cynthia Semíramis em 2001, o uso de software livre não é uma mera questão de gratuidade, mas principalmente de segurança, pois somente com o código aberto, teremos a certeza de que o software faz tão-somente aquilo que se propõe a fazer.

E como já afirmei antes, o uso de software livre deve ser obrigatório pelos órgãos estatais, como corolário do princípio constitucional do livre desenvolvimento tecnológico.

segunda-feira, junho 01, 2009

[publicado tb no meu blog pessoal]

hoje é um dia cheio.

agora está rolando uma palestra com vint cerf (vice-presidente mundial do google e considerado "pai da internet"), com o tema "o futuro da internet". infelizmente, não pude ir, mas tô tentando acompanhar o streaming e parece estar bem interessante.

também hoje, às 19h30, acontece o ato público em bh contra o ai5 digital. o link leva pro post aí embaixo no meu outro blog, com maiores detalhes, mas vale repetir aqui o banner:



daí que ontem eu descobri um outro evento bem no meio desses dois, curiosamente ligado aos dois de alguma forma.

às 15h da tarde, nosso governador surfistinha vai promover um encontro com o vint cerf e uma série de blogueiros convidados. cerca de 50 blogueiros. sei que o interney (considerado ícone dos blogueiros) e o juliano spyer vão, mas não sei o resto, nem quantos desses convidados são mineiros.

pelo que entendi, o propósito é a assinatura de um protocolo de intenções entre o governo de minas e o google para uso da tecnologia da empresa nas escolas estaduais e a promoção da inclusão digital.

idéia ótima, se funcionar baterei palmas, mas – podem me chamar de paranóica – não engulo isso não!

o juliano spyer escreveu:

"O que na verdade está acontecendo - e não vejo nenhum problema nisso, ao contrário - é uma demonstração pública de que o governador presta atenção na internet, sente que esse será um elemento importante para quem for disputar a presidência em 2010 e quer se familiarizar mais com o assunto conversando com quem vem realizando ações na área, tanto no âmbito acadêmico como empresarial."

concordo, e tb não veria nenhum problema nisso, não fosse o governador o maior praticante da censura e da intimidação da livre imprensa no estado nos últimos tempos e, ainda, companheiro de partido do eduardo azeredo, autor do fatídico projeto de lei que pretende censurar a internet e criminalizar boa parte de seus usuários!

está claro e cristalino para mim que muita coisa nessa história não faz sentido!

por vários motivos, não pude ir atrás de mais informações como eu gostaria e nem mesmo me dedicar a formular melhor minha desconfiança, mas tb não podia deixar isso passar em branco e fiz esse post às pressas.

parece que tb vai ter o streaming desse evento aqui. por favor, ouçam. mas ouçam com critério, questionem, pensem! e se alguém que lê isso estiver lá e tiver a chance, por favor, pergunte a opinião do aécio sobre o pl do azeredo.

e claro, às 19h30, bora todo mundo pro teatro da cidade!

A "Disneylândia" de Aécio Neves

(reproduzido do site da revista época)

Choque de gestão? Déficit zero? Esqueça. A nova marca do governador mineiro Aécio Neves é um palácio flutuante de Niemeyer num centro administrativo de R$ 1,2 bilhão. Conheça o projeto e faça um passeio virtual pela obra.

Ricardo Mendonça, de Belo Horizonte

Em dezembro, a um ano do fim de seu segundo mandato, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), deverá inaugurar a maior, mais cara e mais ousada edificação da história de Minas: um majestoso palácio governamental suspenso dentro de um complexo estatal que reunirá, em mais dois megaedifícios, as 18 secretarias de Estado e outros 33 órgãos da administração. Tudo projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, de 101 anos (confira ao final do texto no site da época um "passeio virtual" pela obra, em que é possível conhecer detalhes da construção).


Estimado originalmente em R$ 500 milhões pelo governador, as obras da Cidade Administrativa de Minas Gerais já estão orçadas em R$ 1,2 bilhão. Daria para fazer quatro hospitais como o Instituto do Câncer de São Paulo (antigo Instituto da Mulher), considerado o maior dessa especialização na América Latina, com 474 leitos. E ainda sobrariam R$ 120 milhões. Além do preço, a Cidade Administrativa impressiona pelo tamanho, pela arquitetura e pela velocidade com que está sendo erguida. A área total do complexo é de 804 mil metros quadrados, o equivale a 97 campos de futebol como o do Maracanã. Quando estiver em pleno funcionamento, no fim de 2010, deverá abrigar 20 mil funcionários e receber, diariamente, cerca de 10 mil visitantes. Se fosse uma cidade real com essa população, seria maior que 82% dos municípios brasileiros.

Assim que tudo estiver pronto, no segundo semestre de 2010, os mineiros poderão pleitear uma citação no livro dos recordes para o palácio do governador. O prédio, segundo o escritório de Niemeyer, terá o maior vão livre em concreto suspenso da história da arquitetura: 147,5 metros de comprimento, o dobro do vão-livre do Masp, em São Paulo.

Apesar da crise, o canteiro de obras está a pleno vapor. Com 4.800 operários trabalhando simultaneamente, a construção atingiu seu pico de atividade em maio. Os engenehiros gostam de repetir que se trata da "maior edificação em andamento em toda a América Latina".

O governo mineiro diz que fará economia com o novo complexo. Hoje, segundo a secretaria de Planejamento, o Estado aluga 59 imóveis em Belo Horizonte para abrigar diversas repartições. Com instalações próprias, estima-se que deixará de pagar R$ 30 milhões por ano com aluguéis. Além disso, serviços poderão ser unificados, como motoboys, refeitórios, motoristas e seguranças.

Quem não está muito convencida da conveniência do projeto é a oposição. "Essa construção é uma prioridade governamental, mas não é uma prioridade da sociedade mineira", diz o deputado estadual Adelmo Leão, do PT. "O palácio de R$ 1,2 bilhão é bom para fazer marketing, só que o governo ainda tem muitos problemas: Minas não cumpre com o piso nacional dos professores, não faz concursos e permanece como um dos únicos Estados que não cumprem com o investimento mínimo obrigatório de 12% das receitas na saúde", afirma.

Leia a íntegra desta reportagem na edição impressa de ÉPOCA
(para assinantes).