domingo, agosto 27, 2006

Nilmário rebate críticas feitas por Aécio

O candidato ao governo pela coligação "A Força do Povo" (PT, PMDB, PC do B e PRB) Nilmário Miranda rebateu as críticas feitas pelo candidato à reeleição Aécio Neves em entrevista ao jornal O Tempo, publicada hoje, 27/08. De acordo com Nilmário, Aécio reclama das aparições do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu programa eleitoral na televisão porque precisa se desvincular da imagem do candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin. "O governador esconde seu candidato a presidente da República. Foge dele. Eu, pelo contrário, tenho muito orgulho de ter sido ministro do Lula e do seu desempenho. O mesmo ele não pode dizer, procura fugir de qualquer ligação do governo Fernando Henrique Cardoso, de quem ele foi líder, do mesmo partido, apoiou seu governo por oito anos. Ele quer esquecer todo esse passado. Agora está fugindo de seu candidato à Presidência da República", disse. Nilmário rebateu também as declarações de Aécio em relação à política de combate as desigualdades regionais, à construção da usina de Irapé, ao déficit zero e às tarifas da Cemig e Copasa, uma das mais altas do Brasil.

Desigualdades regionais

Tem o Idene (Instituto de Desenvolvimento Mineiro) que trabalhou com poucos recursos do Estado. O que ele fez foi pegar programas federais e renomear e tentar capitalizar politicamente. Mas dinheiro mesmo, muito pouco dinheiro para resolver a desigualdade regional. Essa é uma das minhas grandes críticas a ele. Ele não investiu no social nem na desigualdade regional. Os investimentos são irrisórios. São ridiculamente pequenos. Enquanto o governo federal investiu R$2,1 bilhões em políticas sociais em Minas, o governo federal não consegue nem divulgar o quanto investiu de tão pouco que foi. Gostaria que ele dissesse quanto ele investiu no Idene. Na verdade, tínhamos 20 mil bolsas-escola que foram extintas com a implantação do Bolsa-Família, do Governo Federal. O que ele tinha de fato de transferência de renda acabou. Os demais programas são federais - Fome Zero, alfabetização. Os investimentos foram mínimos, colocou R$70 milhões para o Estado inteiro e executou um terço disso, enquanto o governo federal investiu R$2,1 bilhões para assistência social.

Irapé

Não é verdade que ele investiu R$1 bilhão na Usina de Irapé. A Usina de Irapé começou a ser construída há muitos anos, no governo do Itamar e foi concluída no governo dele. Não é bom uma pessoa se apropriar de uma obra que é do Estado e falar que é dele. Aécio concluiu uma obra já iniciada.

Programa de TV

É outra inverdade. Ele sabe que é um jogo político o que ele está fazendo. Eu falo que o Governo Lula fez em Minas para ressaltar o que ele não fez, a omissão do governo Estadual e a fragilidade desse governo. Ele construiu uma imagem muito forte, a partir do marketing e de muita propaganda. Para isso não teve limite de gastos, gastos livres, sem contingenciamento. Mas é um governo frágil. É isso que estou mostrando e vou continuar fazendo até o último instante. Mostrar o quanto Lula investiu em Minas e o nada que ele fez. Isso vai continuar, querendo ele ou não. Ele fica muito abalado com qualquer tipo de crítica. É uma pessoa que não está acostumada a receber críticas. Constrói imagem a partir do marketing, mas não a partir do confronto legitimo de idéias. Ele não pode impedir que eu faça isso.

Dívida

Ele procura ocultar da sociedade que a dívida cresceu, dos R$32 bilhões para os R$40 bilhões. Não há déficit zero. O que não há é déficit em caixa. Mas o déficit do Estado aumentou. Ele também conseguiu zerar (déficit em caixa), cortando os investimentos sociais radicalmente. Praticamente reduziu pela metade os gastos com saúde, reduziu os gastos com educação, com segurança. Ele submeteu a categoria dos servidores públicos a um arrocho salarial fortíssimo. Agora, está prometendo para o próximo mandato, se ele ganhar a eleição, um aumento que ele não deu nos últimos quatro anos.

Tarifas Copasa e Cemig

Isso é ridículo. Ele usou a Cemig e a Copasa, empresas públicas importantes de Minas Gerais, para fazer um verdadeiro assalto à economia popular. Instituindo, a partir de um ICMS altíssimo, um dos mais altos do país, verdadeiro processo de transferência de renda dos consumidores pobres para os ricos. Com a Copasa, ele reduziu o consumo mínimo para efeito da tarifa social. Ele criou sistema de multas pesadas para o atraso para fazer caixa para o Estado, escorchando os consumidores. Prejudicou a economia popular e, de certa maneira, prejudicou o esforço do governo Lula de transferir renda para os pobres em Minas. Aécio tirou renda dos pobres, enquanto Lula transferiu renda aos pobres. Por decisão política, ele resolveu fazer caixa de um modo muito fácil com, por exemplo, a instituição da taxa de incêndio para centenas de municípios que não têm nem terão corpo de bombeiro. Ele está sempre usando o consumidor para fazer caixa. Ninguém vai acreditar que ele irá reduzir as tarifas no próximo governo. Ele ainda condiciona isso ao aumento de produtividade das empresas, mas a Cemig nunca teve problema, sempre foi uma empresa equilibrada, empresa enxuta, lucrativa sem perder de vista sua função social, que não é só produzir lucro. Ele fez isso para dar recursos para o investidor estrangeiro. Foi uma decisão que ele tomou. Dos R$2 bilhões de lucro, em 2005, R$1 bilhão foi para remunerar investidores, R$550 milhões para investidores estrangeiros.

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