segunda-feira, novembro 26, 2007

Sobre o valerioduto tucano

Apanhado de posts reproduzidos do blog Amplifique, do Marcelo Baêta:

23/11/2007

"Minas unida" em 2010

Da Folha hoje:

"As investigações que resultaram na denúncia do valerioduto tucano tiraram da cena eleitoral de 2008, em Belo Horizonte, Walfrido dos Mares Guia e Eduardo Azeredo. Na avaliação do PT e do PSDB mineiros, mesmo que Walfrido e Azeredo neguem culpa no esquema de 1998, a condenação eleitoral já teria ocorrido.

Walfrido (PTB) era o único que poderia aproximar o PT do PSDB, solução que agradaria o prefeito petista Fernando Pimentel e o governador tucano Aécio Neves. Walfrido tinha bom trânsito com petistas e tucanos e figurou na lista do prefeito Pimentel como candidato à sua sucessão em coligação com o PT.

Já Azeredo era o nome mais forte do PSDB para ir para a disputa eleitoral e tentar desbancar os petistas, que, se vencerem, completarão 20 anos de poder no município. A opção Walfrido poderia ser até mesmo usada por Aécio Neves, que nunca escondeu que seu desejo é, se viabilizado candidato a presidente, ir para a disputa nacional com 'Minas unida'."


Aécio escapa da denúncia do mensalão mineiro

Da Folha hoje:

"O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, deixou de fora da denúncia do valerioduto tucano e das sugestões de novas investigações políticos que receberam dinheiro do caixa dois da campanha de Eduardo Azeredo em 1998. Segundo ele, as irregularidades prescreveram em 2006.

Foram excluídos nomes da lista atribuída a Cláudio Mourão, coordenador financeiro da campanha. Constava da relação, entre outros, o governador Aécio Neves (MG), então deputado federal, com a anotação de R$110 mil. A PF destacou depósito de R$15 mil a ex-sócia da irmã de Aécio, Andréia". Assinante lê mais aqui.


Para Marcelo Leonardo, políticos mineiros foram poupados

Da Folha hoje:

O advogado de Marcos Valério Fernandes de Souza que cuida da parte criminal do caso, Marcelo Leonardo, contestou a denúncia feita ontem pela Procuradoria-geral da República, afirmando que ela é 'incoerente' em comparação com a denúncia do mensalão do PT.

'Pode-se registrar uma incoerência do procurador entre o inquérito 2245 [mensalão] e esta, na medida em que ele excluiu [da denúncia de ontem] todas as pessoas que receberam valores, justificando que isso seria crime eleitoral, que já está prescrito', disse Leonardo. Mas, segundo ele, no mensalão 'foi dito que era corrupção', e não crime eleitoral.


***

O prestigiado advogado mineiro Marcelo Leonardo ressalta que os políticos que receberam dinheiro no mensalão petista foram acusados de corrupção. Já os políticos que receberam dinheiro no mensalão tucano foram acusados de crime eleitoral, já prescrito.

Segundo o raciocínio de Marcelo Leonardo, os políticos que receberam dinheiro do valerioduto tucano foram favorecidos, receberam tratamento mais brando. Em outras palavras, não pagarão pelos seus crimes.

Entre os políticos que se enquadram no caso acima e não serão investigados encontra-se o governador Aécio Neves, que consta da "lista do Mourão" como recebedor de R$110 mil do esquema do valerioduto tucano.


24/11/2007

Investigação sobre valerioduto mineiro chega a Danilo de Castro

Da Folha hoje:

Embora centrada em episódios da campanha de 1998 à reeleição do ex-governador de Minas Gerais e hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB), a denúncia da Procuradoria Geral da República sobre o valerioduto tucano deve afetar o futuro político de dois aliados de primeira mão do governador Aécio Neves (PSDB-MG).

Os tucanos Danilo de Castro e Mauri Torres - secretário estadual de Governo e líder de Aécio na Assembléia Legislativa, respectivamente - avalizaram, em novembro de 2004, após as eleições municipais, empréstimo de R$ 707 mil que a agência de publicidade SMPB, então de Marcos Valério, tomou no Banco Rural. Ambos dizem ter atendido a um "pedido pessoal" de Ramon Cardoso, ex-sócio de Valério.

A denúncia da Procuradoria pede que a conduta de Castro e Torres seja apurada pelo Ministério Público de Minas. Cita que as agências de Valério SMPB e DNA ganharam licitações no governo mineiro "justamente" sob Castro como responsável pelo certame. Em 2004, a SMPB também atendia o Legislativo mineiro.

Ocorre que a Promotoria mineira já investiga o caso desde fevereiro de 2006, a partir de reportagem da Folha que revelou o episódio. Aguarda há meses o envio de laudo do Instituto Nacional de Criminalística sobre o destino do empréstimo, incluso na denúncia do procurador-geral, para definir o andamento da apuração.

Se for comprovado, por exemplo, que o dinheiro abasteceu candidaturas municipais naquele ano, Castro e Torres - importantes operadores políticos de Aécio - deverão ser acionados por improbidade administrativa. Caso os recursos tenham circulado apenas dentro da SMPB, como alega Valério, a investigação é arquivada.


25/11/2007

Aécio ameaça repórter da Folha

Da Folha hoje:

(…) Ontem, Azeredo passou o dia fechado em seu gabinete. Pela manhã, recebeu a visita do governador Aécio Neves (PSDB-MG). (...) Aécio Neves justificou ter ido prestar-lhe solidariedade. "Tenho um respeito enorme pelo Azeredo, homem de bem, senador legitimado pelo voto. Isso é um percalço da vida." Aécio se irritou, no entanto, quando perguntado se a denúncia também não o atingiria. "Aí você avalia, pode atingir você também", disse à Folha.

***

Cinco jornalistas já atribuíram suas demissões à publicação de informações que teriam desagradado o governo Aécio. Até no perfil do governador no Le Monde ficou registrada essa, digamos, peculiaridade do governo de Minas.

Com esse histórico de suspeição que pesa sobre suas costas, Aécio ainda diz a uma repórter que o pergunta se uma denúncia poderia atingí-lo que ela "pode atingir você também"?!? Tenha santa paciência...


Aécio tem "imprensa simpática à sua gestão em Minas"

Por Malu Delgado, em matéria sobre a sucessão presidencial de 2010, na Folha deste domingo:

(...)

As chances do mineiro (Aécio na disputa da cabeça de chapa do PSDB com Serra) aumentariam na medida em que apresente um resultado administrativo inovador no Estado. Ele elegeu duas áreas de destaque no segundo mandato: educação e segurança pública.

(...)

Nas projeções petistas, a viabilidade maior é mesmo a candidatura de Serra. Porém, arrepiam só de pensar numa mudança de cenário com Aécio Neves na cabeça da chapa tucana. Acham que, ao contrário de Serra, ele tem forte carisma e teria uma penetração muito forte no Nordeste.

Isso sem contar o absoluto controle eleitoral de Aécio sobre o segundo maior colégio eleitoral do país, a adesão maciça de prefeitos, com uma imprensa simpática à sua gestão no Estado.

Assinante lê mais aqui.


***

"Imprensa simpática", sei.

Quer dizer então que as áreas prioritárias do governo Aécio para o segundo mandato são "educação e segurança pública"? Vamos ficar de olho no que diz a "imprensa simpática" sobre esses assuntos. (...)


Estado de Minas não cita Cemig e Copasa nas matérias sobre valerioduto tucano

Do Estado de Minas neste domingo:

(...)

Na denúncia, ele (o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza) sustenta que houve desvio de R$3,5 milhões dos cofres públicos para a campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo, hoje senador tucano. E aponta que esse valor pode ter sido maior. Segundo Antônio Fernando, há indícios, no inquérito, de uso de mais R$1.673.981,90 para financiamento dos gastos eleitorais do tucano.

Assinante confere aqui.


***

Os grifos acima são meus. Reparem que o "desvio de R$ 3,5 milhões dos cofres públicos" diz respeito ao dinheiro que, segundo a denúncia, foi desviado da Copasa, da Comig e do Bemge. E os mais deR$ 1,6 milhões a que se refere a matéria foram desviados da Cemig.

Por que o Estado de Minas não diz a seus leitores que, em 1998, houve desvio de recursos (corrupção, para ser mais claro) nas empresas públicas do governo de Minas perpetrado por uma administração tucana?

O fato é que as empresas públicas mineiras, como Cemig e Copasa, são atualmente grandes anunciantes do governo Aécio. Ou seja, o governo estadual faz propaganda de seus feitos sob a fachada institucional dessas empresas.

Resumindo, Cemig e Copasa são hoje grandes propagandistas do governador e o Estado de Minas omite que, no passado recente, foram assaltadas por tucanos. A mim parece que quando a Folha de hoje falou em "imprensa simpática" usou um baita de um eufemismo.

A tempo: o Estado de Minas é possivelmente o único jornal do Brasil que fala sobre um "suposto caixa 2″ quando se refere ao valerioduto tucano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Fiquei impressionado com esse blog, muito bem elaborado. Nunca encontrei na net tanta coisa reunida sobre o nosso governador mineiro. Isso é uma clara demonstração de que ele não pode calar a todos e vendar os olhos de todos mineiros com sua propaganda falsa e milhonária. Sou professor da rede estadual, e o que os órgãos de imprensa e a propaganda vem propalando por aí trata-se da mais pura mentira. Os professores correm hoje risco de vida em sala de aula, uma tensão constante. Fazer um curso superior para ganhar míseros 850 reais, sem reajuste algum.
GOstaria muito que no bolg constasse duas outras coisas feias do nosso tucaninho mineiro.
1. a Lei 100/2007 - Essa lei efetivou mais de 98 mil servidores sem concurso. Nas salas de aula temos engenheiros, arquitetos, médicos, enfermaeiros "efetivados" porque trbalharam no dia 6 de novembro daquele ano. Enquanto isso habiitados, que formaram para a docência, foram prejudicados.
2. Costumo dizer que Minas Gerais, mudou muito nos anos aecionianos, agora temos um Estado Policial. Digo isso porque, muitas vezes assisti a meras discussões na ruas e em locais públicos, e imediatamene chegam 3 ou quatro viaturas de onde descem pouco mais de 10 policiais, para resolver coisas tão pequenas. O mais interessante é que eles deveriam estar em outros lugares.
Parabéns pelo bolg. Vou imprimir algumas matérias para mostar para os colegas.
Mas está ai: minhas sugestões: a lei de efetivação sem concurso e o que chamo de "estado policial"

Aparecido Cardoso
apcmocmg@hotmail.com